Espetáculo ‘Sedes’ estreia hoje (5) no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana

por Luciana Biano

Com texto de Wajdi Mouawad, espetáculo é encenado por Felipe de Carolis, Fábio de Luca, Luna Martinelli e Lucas Garbois

É hoje! Neste sábado (5), o público carioca terá a oportunidade de ver pela primeira vez a montagem da peça “Sedes”, que estreia no recém reformado Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. O espetáculo completa a trilogia escrita pelo aclamado autor libanês-canadense Wajdi Mouawad, autor dos textos de “Incêndios” e “Céus”. A apresentação mescla humor, música e drama para desvendar um grande mistério no palco. Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro Glaucio Gill e neste link.

Assim como as duas primeiras obras, “Sedes” foi idealizada pelo ator e produtor Felipe de Carolis, que conquistou o direito exclusivo das produções de Mouawad na América Latina e exportou sua montagem de “Incêndios” para o Uruguai, e de “Céus” para a Argentina. Enquanto idealizador, Felipe tem o aval da companhia francesa Théâtre National de la Colline para exibir o espetáculo fora da trilogia “Sangue das Promessas” e a liberdade de apresentá-las de maneira independente, garantindo que o espectador não precise assistir às produções anteriores para acompanhar “Sedes”.

“Sedes” promove uma discussão profunda sobre a sociedade, com o aumento dos diagnósticos de depressão e ansiedade e, também, dos casos de suicídio. “A peça traz a ideia da vontade de viver e de inquietação em relação ao futuro. A estrutura do texto é enigmática, misteriosa, quase formando um quebra-cabeças, com muitas metáforas, uma importante discussão sobre a influência da arte e beleza em nossas vidas e, claro, incluídas nelas as críticas ao modelo de sociedade em que vivemos, permeado pelo capitalismo agressivo”, explica Carolis.

Com direção de Thiago Bomilcar Braga, a obra mostra as inquietações de Sylvain Murdoch, vivido por Felipe de Carolis; Boon, encenado na fase jovem por Lucas Garbois e, na fase adulta, por Fábio de Luca, e Noruega, interpretada por Luna Martinelli. No palco, os personagens vivem uma verdadeira busca por suas identidades, em uma jornada para provar, cada um por suas próprias vivências pessoais e artísticas, que a educação pode salvar vidas.

“Essa é a terceira peça do Mouawad que o Felipe produz e atua, então ele tem um entendimento profundo da obra. O meu trabalho é orquestrar tudo isso, pegar esse mosaico de inspirações e criar um espetáculo único. Não posso negar que é um grande desafio. O texto do Wajdi é um dos mais belos que já li, com tantas camadas que podemos ficar horas reverberando suas palavras. Ele consegue ser clássico e contemporâneo ao mesmo tempo. Além disso, as duas obras dele montadas pelo Felipe no Brasil tiveram a direção do Aderbal Freire-Filho, que é simplesmente o maior. Só tenho a agradecer”, diz o diretor.

‘Sedes’ encerra trilogia de sucesso

O lançamento do terceiro e final ato ocorre exatamente dez anos após a primeira exibição de “Incêndios”, que foi sucedida por “Céus”, ambas ganhadoras de importantes prêmios. Sucesso de público e crítica, “Incêndios” estreou no Rio em 2013, a primeira produção brasileira baseada no texto de Wajdi Mouawad, que explora uma surpreendente trama familiar. Protagonizada por Marieta Severo, a peça foi consagrada com 17 premiações, dentre eles o Shell 2013 de Melhor Direção, para Aderbal-Freire Filho, e o APTR 2014, nas categorias Melhor Espetáculo, Atriz Protagonista (Marieta Severo), Atriz Coadjuvante (Kelzy Ecard) e Melhor Cenário. Além disso, a produção foi recordista de indicações para o prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCA), o mais importante de São Paulo, e venceu os prêmios Aplauso e Questão de Crítica.

Segunda obra da trilogia, “Céus” estreou em 2016, narrando um mistério terrível em um mundo ultra-moderno. A produção recebeu o Prêmio Cesgranrio, na categoria Melhor Cenário, e o Prêmio Quem, de Melhor Ator (Felipe de Carolis), ambos em 2017, e também foi indicado ao APCA deste ano.

“Comecei essa trajetória em setembro de 2013, no Teatro Poeira, ao lado de Marieta e Aderbal. Estávamos cientes da potência que tínhamos em mãos! O incrível texto de Mouawad foi essencial para esse sucesso e a minha parceria com ele está só começando. Fui convocado para a elaboração de um novo espetáculo e passei meses em 2022 com a companhia Théâtre de la Colline. Temos planos concretos para o futuro”, diz Felipe.

Entre 2020 e 2021, a equipe promoveu workshops e experimentações cênicas de “Sedes” abertas ao público, na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro. Elas contaram com três diretores diferentes, propostas diversas e mais de 20 artistas, entre atores e músicos fizeram parte destas encenações. Ao final, o grupo debatia o tema com jovens e psiquiatras presentes. Após chegar à configuração de elenco atual, o espetáculo teve a estreia e montagem definitiva interrompida, e não foi à frente em razão da pandemia.

SEDES

de Wajdi Mouawad

Direção: Thiago Bomilcar Braga

Tradução: Angela Leite Lopes

Elenco: Felipe de Carolis, Fabio de Luca, Luna Martinelli e Lucas Garbois

Direção Musical: Marcio Castro

Figurino: Wanderley Gomes (atual vencedor do premio Shell e do prêmio APTR de melhor figurino)

Iluminação: Paulo César Medeiros

Arte e ilustrações: Laerte Késsimos

Assistente de Produção: Amanda Loretti

Produção Executiva: Ana Beatriz Figueras e Joana D’Aguiar

Direção de Produção e Idealização: Felipe de Carolis

Serviço:

Datas: sábados, domingos e segundas, de 5 a 28 de agosto

Horário: 20h

Duração: 1h30

Endereço: Teatro Glaucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, s/n – Copacabana, Rio de Janeiro

Classificação: 16 anos

Ingressos disponíveis neste link

Crédito: Divulgação Sedes | Leo Aversa

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